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10/28/2010

Após superbactéria, Conselho Federal de Medicina alerta sobre uso indevido de medicamentos


O CFM (Conselho Federal de Medicina) orienta a população a tomar antibióticos apenas com orientação médica, como forma de proteger a saúde e também de evitar o surgimento de superbactérias como a KPC, que matou ao menos 18 pessoas no Distrito Federal neste ano e 24 em São Paulo desde julho de 2009.

De acordo com os conselheiros da entidade, “o consumo indevido de remédios, sobretudo anti-microbianos, pode provocar o surgimento de micro-organismos resistentes”. Os antibióticos têm influência no processo de seleção natural das bactérias, favorecendo as que são mais resistentes.
Por isso, o CFM diz que é “fundamental que o paciente só faça o uso de medicamentos sob prescrição estrita de médicos, os únicos profissionais capacitados e habilitados para diagnosticar e determinar a adoção de procedimentos com o intuito de alcançar a recuperação do bem estar e da cura”.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve publicar nos próximos dias uma nova regulamentação para a venda desses produtos. Isso porque, apesar de atualmente ser necessário apresentar receita médica para comprar antibióticos, na prática as farmácias ignoram a regra.

João Medeiros Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, que participou a elaboração da recomendação do CFM, diz que a situação é “lamentável”.


Hoje você não precisa de receita para comprar antibiótico. Se tiver dinheiro já consegue.
Pela nova regra, será necessária uma receita em duas vias para comprar esses remédios. As pessoas que forem adquirir antibióticos deverão deixar uma via a na farmácia ou na drogaria em cada compra. A outra ficará em poder do paciente e não poderá ser usada para uma segunda vez.

Medeiros diz que o uso inadequado de antibióticos favorece as superbactérias e também prejudica a saúde do usuário.
– Quando você tem uma amidalite, por exemplo, precisa tomar dez dias penicilina. Mas as pessoas tomam só por três, quatro dias, começam a melhorar e param. Com isso, você consegue eliminar 80%, 90%, das bactérias, mas ficam os germes resistentes ao antibiótico. Da próxima vez que você tiver a doença, o antibiótico não vai servir mais e você vai ter que partir para outro.

Para conter a bactéria, a Anvisa também determinou que o de uso de álcool (líquido ou gel) para higienização das mãos seja obrigatório nas unidades de saúde de todo o país. O produto também deverá ser colocado em salas onde haja atendimento de pacientes.

O uso do álcool gel será obrigatório nos estabelecimentos públicos e particulares, que terão 60 dias para se adaptar o. O uso do produto, porém, não dispensa a lavagem das mãos.

O CFM também fez recomendações para evitar a contaminação pela doença:

Visitantes ou acompanhantes de pacientes

- Se você é visitante ou está acompanhando algum paciente, antes de tocá-lo, lave bem as mãos com água e sabão.
- Evite contato físico com outros doentes e, se houver, não se esqueça de higienizar as mãos.
- Evite tocar em macas, mesas de cabeceira e equipamentos hospitalares. Havendo contato, lave as mãos antes de encostar novamente no doente.
- Verifique se o médico ou enfermeiro que atende o doente que você acompanha fez a lavagem de mãos ou a assepsia com álcool gel antes de examiná-lo. Você pode pedir que ele o faça, para evitar contaminação.

Profissionais de saúde

- Se você é médico ou profissional da saúde, redobre a sua atenção com as medidas de higienização.
- Higienize as suas mãos com frequência, especialmente antes e após o contato com o paciente, antes da realização de procedimentos invasivos, após risco de exposição a fluidos corporais e após contato com superfícies próximas ao paciente.
- As mãos devem lavadas com água e sabão e higienizadas, preferencialmente, com preparações alcoólicas para as mãos (sob a forma líquida, gel, espuma e outras) ou com água e sabonete líquido.
- Todos os produtos devem estar devidamente regularizados na Anvisa. Se as mãos estiverem com sujeira visível, o uso do sabonete é o mais indicado.

Fonte - R7

10/22/2010

Bactéria KPC - Veja como evitar infecções por superbactérias.


A bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemases) – também chamada de superbactéria, por ser resistente a quase todos os antibióticos disponíveis – causou ao menos 15 mortes no Distrito Federal e também provocou infecções em hospitais de São Paulo e Paraná. Médicos infectologistas afirmam que é importante tomar medidas de prevenção para evitar a disseminação do micróbio.
No caso específico da KPC, o que preocupa os especialistas é que essa bactéria tem mais facilidade de se disseminar do que as outras. A falta de algumas medidas de prevenção também explica a origem das bactérias multirresistentes: más práticas hospitalares, como a não higienização de mãos pelos profissionais de saúde, contribuíram para a proliferação da KPC.
Para evitar mais casos, os hospitais tomam algumas medidas básicas, como isolamento de pacientes infectados ou suspeitos de infecção, montar equipes específicas para atender os pacientes isolados, além de cuidados extras, como uso de máscaras e aventais descartáveis em cada atendimento.
Além dos cuidados que os profissionais de saúde e os hospitais precisam tomar, os visitantes e acompanhantes também devem se prevenir. Essas pessoas precisam, por exemplo, lavar bem as mãos depois de tocarem superfícies no hospital.

Veja abaixo mais recomendações:

Medidas de prevenção para evitar o contágio pela superbactéria:

>> População


* Evite o contato direto com pacientes infectados
* Lave as mãos antes e depois de ter contato com pacientes infectados
* Não abuse de antibióticos; tome com orientação médica
* Evite tocar as superfícies hospitalares, como camas, portas e paredes

>> Hospitais e profissionais de saúde

* Isolamento dos pacientes infectados ou suspeitos de infecção
* Para entrar em contato com os pacientes isolados, uso de equipamentos de proteção individual, como avental e luvas descartáveis
* Higienização das mãos antes e depois de contato com qualquer paciente
* Esterilizar adequadamente os instrumentos médicos

Bactéria resiste a antibióticos potentes

Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciada nesta sexta-feira tornará obrigatória a instalação de dispensadores de álcool em gel em hospitais e clínicas, públicas ou privadas, em todos os quartos, ambulatórios e prontos-socorros, para evitar a transmissão de infecções.

Os hospitais terão 60 dias para se adaptar à medida, que ocorre em meio à preocupação com os casos de infecções causados pela bactéria KPC dentro de hospitais.

A Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) está sendo chamada de "superbactéria" por sua resistência a antibióticos e tem afetado pacientes hospitalares - mais vulneráveis por sua saúde fragilizada e por, em muitos casos, estarem tomando antibióticos.

"O álcool em gel facilita o hábito de higienização, porque é mais fácil de acessar. Mas as pessoas podem continuar a lavar as mãos com água e sabão", afirmou Dirceu Barbano, diretor da Anvisa.